terça-feira, 20 de setembro de 2016

Nó da Desconfiança

 

É muito grave essa situação que vamos enfrentar nessa travessia para o futuro de Búzios. Nem sempre uma solução mais simples é a mais funcional. Nosso passado é composto por fatos que deveriam nos ensinar a caminhar para o futuro, na certeza de que ao caminhar pela vida, olhamos para a frente escolhendo o melhor caminho por onde seguir, mas olhamos também para os lados para ver quem nos acompanha e se algo está nos ameaçando.

A escolha dos candidatos na eleição que se aproxima, é uma ponte que deveríamos tentar construir para chegar com mais segurança ao futuro. Mas, há um improviso que irá que determinar mais uma vez o trágico destino de uma jovem cidade que vive do turismo, sem perceber que é apenas a proteção ao seu meio ambiente que pode e deve assegurar esse futuro. 

Após a decisão tomada por seus eleitores, Búzios amanhecerá no dia 3 de Outubro diante de um político escolhido para administrar um orçamento superior a R$ 1 bilhão para os próximos anos, além de uma câmara de vereadores que poderá ser composta por membros cujos nomes são uma incógnita tão grande, como é atualmente o nome do próximo prefeito.

Na breve história desta cidade, nunca tantos dependeram de tão poucos para poder escolher com sabedoria o melhor caminho a seguir para edificar com responsabilidade uma ponte, que não pode ser um equipamento improvisado, sob pena de comprometer a atual geração de seus moradores e de seus filhos, a um futuro com uma terrível decadência econômica e social.

Este é um momento de reflexão para todos, mas é também um momento de grandeza de espírito e desprendimento de todos os políticos que se lançaram numa corrida louca por um lugar ao sol, sem medir as consequências para obter um emprego que lhes será concedido pelos eleitores.
Mas, que lhes é concedido justamente por quem precisa desesperadamente garantir a sua própria sobrevivência, a saúde, a segurança, a educação e o bem estar de suas famílias, em troca de um compromisso constitucional com que brindarão seus representantes, pagos com o seu próprio sacrifício.
É com um nó de desconfiança preso na garganta, que pedimos encarecidamente a todos os políticos que convivem conosco em nosso dia a dia, que atentem para a dureza dos dias que estamos vivendo e entendam de uma vez por todas, que não é com a vida nem o futuro político dos políticos que estamos preocupados.
Mas, apenas com o futuro da nossa cidade. Com o futuro de pessoas simples que não poderão mudar mais o curso da história de suas próprias vidas, após fazer uma escolha equivocada, ao apertar as teclas da urna eletrônica neste próximo dia 2 de Outubro.

José Carlos Alcântara

sábado, 17 de setembro de 2016

Mensagem ao Leitor

                                                 










Ao descobrir a comunicação nos primórdios da civilização,
descobrimos também a possibilidade de enviar mensagens
não verdadeiras. A mentira teve um papel preponderante
para a sobrevivência e a evolução do homem.

Até mesmo as leis reconhecem que os indivíduos têm o
direito de mentir para defender-se. Como é de conhecimento
de todos, não se pode produzir provas contra si mesmo.

Só quem viveu a história tem certeza dos fatos para saber o
que é a verdade, o que é mentira, e o porquê das alterações
ao transmiti-los. Quais seriam os interesses para que fossem
alterados? Será que realmente foram alterados, ou será que
essa sugestão também tem algum propósito?

A mentira tem, também, exatamente essa função: confundir.
Significa inventar uma verdade que não existe. Não relatar
uma verdade como ela é. A mentira começa com a pessoa,
enquanto a verdade é anterior a ela. Quando nós mentimos,
criamos uma realidade que não se baseia em nenhum outro
fato, a não ser nossa própria criatividade.

Os políticos que mentem sobre as suas experiências e
qualificações, sempre são desmascarados pela inconsistência
de suas propostas ou pela incapacidade de atender às
expectativas que criaram.

Nossa indignação diante das mentiras que transformam a
experiência de viver em Búzios numa grande frustração por
não conseguirmos desfrutar dos direitos fundamentais de
cidadãos e contribuintes, é que nos leva a escrever artigos
para serem publicados.

Este é o desafio que nos faz relatar nossa opinião para
reflexão dos leitores. Indagar, alertar e cobrar as soluções
para problemas elementares que afetam a vida de todos os
habitantes da cidade.

Enquanto tiver perguntas e não houver respostas, continuarei
a escrever e a expressar minha opinião, livre de qualquer
interesse ou motivação de ordem política, financeira ou de
promoção pessoal.


José Carlos Alcântara 

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Eleitorado de Armação dos Búzios


O Tribunal Superior Eleitoral publicou em seu site a composição por faixa etária e sexo de todos eleitores dos municípios do Brasil. O número de eleitores por cada faixa etária e gênero, fornece uma visão importante para compreender como essa distribuição de votos poderá afetar o resultado da eleição para prefeito e vereador em Armação dos Búzios. 

Nas colunas de a) d) o número desses eleitores, além de uma distribuição do eleitorado feminino e masculino, como vemos na coluna e), nos permite concluir sobre o perfil dos eleitores a quem os candidatos devem se dirigir ao apresentar suas mensagens, postagens em redes sociais e a veiculação de anúncios. 

Em que proporção os votos desses eleitores é determinante para escolher os seus representantes na Câmara e no Executivo? A linguagem utilizada e as estratégias de comunicação das postagens são relevantes, para estabelecer um adequado relacionamento entre os candidatos e os seus eleitores. 

Podemos observar na coluna a) que os jovens com idade de 16 a 20 anos, já possuem potencial de votos suficientes para eleger um candidato que poderia representá-los nos próximos 4 anos na Câmara de Vereadores.

As faixas etárias na coluna b) mostram que, além desses jovens, serão também os eleitores com idade de 21 a 44 anos que decidirão a escolha do prefeito e a maioria dos vereadores, por representar mais da metade do colégio eleitoral. 

Na faixa da coluna c) com eleitores de 45 a 79 anos, é onde encontramos pouco mais de um terço de todos os eleitores ou os votos determinantes do pleito. Seus integrantes, participaram possivelmente de todas as eleições anteriores e muitos deles moram em Búzios desde sua emancipação, além de novos eleitores que aqui vieram residir, tornando-se importantes formadores de opinião.

a) Eleitores com até 16 anos: 131  Eleitores com até 17 anos: 295  Eleitores de 18 a 20 anos: 1.534

b) Eleitores de 21 a 25 anos: 2.217   Eleitores de 25 a 34 anos: 5.413  Eleitores de 35 a 44 anos: 5.718

c) Eleitores de 45 a 59 anos: 6.903   Eleitores de 60 a 69 anos: 2.478  Eleitores de 70 a 79 anos: 974  
   
d) Eleitores acima de 79 anos: 204

e) Eleitores do sexo feminino: 13.381  Eleitores do sexo masculino: 12.487  Total de Eleitores: 25.868

José Carlos Alcântara

domingo, 31 de julho de 2016

A Região dos Lagos sustentável

A Região dos Lagos, também conhecida como a Costa do Sol, faz parte da Mesorregião das Baixadas Litorâneas do Rio de Janeiro, ocupada por cerca de 1 milhão de habitantes, que correspondem a pouco menos de 5 % da população do estado, residindo nestas cidades: 


Ao examinar os problemas que são comuns a cada um desses municípios, nos deparamos com as causas que aproximam, mas ao mesmo tempo afastam dramaticamente muitas propostas para o desenvolvimento dessa região. Mas, os desafios que a atual conjuntura econômica impõem à essa região, poderão se transformar em importante oportunidade para promover a integração e o crescimento econômico das cidades da Região dos Lagos.

Após décadas de isolamento e atraso no seu desenvolvimento, o crescimento populacional exponencial dessas cidades, acabou por desenhar um perfil que parece aproximar definitivamente a todas elas. A baixa qualificação profissional de sua população é um traço comum que tem inviabilizado investimentos, afastando o interesse de importantes setores empresariais, que poderiam investir e se beneficiar da recém instalada infra-estrutura de transporte, comunicação, educação e serviços urbanos, que aos poucos chegaram em menor ou maior escala, através de modernas rodovias que interligam todas essas cidades.

As atividades econômicas que pareciam antes tradicionais, foram aos poucos dando lugar à crescentes oportunidades de negócios, cuja principal característica visível foi a ocupação territorial, com a edificação de imóveis residenciais e comerciais em praticamente todas localidades da região.

Expansão essa que foi desordenada, sem um planejamento e que acarretou o atual panorama comum de descontrole do ordenamento das áreas urbanas, com uma baixa qualidade dos serviços de saúde e educação, além de uma grave deterioração dos recursos ambientais e do bem estar social, completando o quadro de insegurança da população, diante de problemas sociais que têm aumentado com o crescimento da criminalidade.

O grande impacto do crescimento do turismo, traz por um lado benefícios, como a ocupação da mão de obra nativa e o aumento da renda média dos trabalhadores, mas não traz alívio para esses problemas, pela baixa diversificação da formação e aperfeiçoamento de profissionais, destinados sobretudo a atender às atividades comerciais, prestação de serviços e ao mercado da construção civil. Mas, as atividades industriais locais empregam hoje em dia um reduzido número de profissionais e oferecem poucas perspectivas reais de crescimento, diante dos investimentos escassos para a capacitação profissional.

Reverter esse quadro, exige uma visão pragmática e a elaboração de um projeto de desenvolvimento sócio-econômico de longo prazo, que deverá estar livre de pressões geradas por motivações políticas imediatas, que distorcem a possibilidade de agregar e modificar a região como um todo, distanciando o progresso dessas cidades de um crescimento contínuo e sustentável, em troca de projetos políticos e interesses corporativos isolados, motivados apenas por uma exploração de ciclos econômicos de curto prazo e um desenvolvimento social irrelevante.

1. Quais são as principais características dos habitantes das cidades da Região dos Lagos? Como vivem e como pretendem viver no futuro?

2. Como podemos mapear o fluxo migratório e as motivações que geram o deslocamento desses habitantes e quais seriam seus vínculos com os diversos setores da economia das localidades dessa região?

3. Qual o volume e a expansão populacional ideal que as cidades poderão atender, para conseguir gerar emprego e renda, melhorando o padrão da qualidade de vida dessa população?

4. Como planejar a oferta adequada de serviços para atender à expansão urbana, garantindo uma melhoria do bem estar social dessa população?

5. Como orientar os investimentos públicos e privados e conseguir distribuí-los de forma equilibrada, para garantir o futuro de seus habitantes?

6. Como promover um salto de qualidade, colocando a Região dos Lagos em nível de igualdade às demais regiões com melhores condições econômicas no estado do Rio de Janeiro?

7. Como eleger prioridades e obter recursos necessários para atender o desenvolvimento integrado de toda a Região dos Lagos? 

8. Qual o caminho, as alternativas e propostas para criar um novo ambiente de crescimento econômico, atraindo investimentos, fornecendo condições para o estabelecimento de uma economia criativa e fomentar uma nova era de expansão econômica para a Região dos Lagos?

9. Como provocar ações políticas para obter uma integração de fato de todas as cidades, minimizando os danos ao meio ambiente e promovendo a expansão planejada de toda a Região dos Lagos?

10. Como descobrir novas vocações econômicas, divulgando ao mesmo tempo os principais valores culturais, recursos naturais e referências históricas da região, realizando um planejamento do desenvolvimento integrado sustentável da Região dos Lagos? 

Essas indagações nos motivam propor ao Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro, a criação de uma instituição de estudos e pesquisas em Cabo Frio, com um corpo técnico capaz de desenvolver projetos para responder a essas questões e poder planejar o crescimento econômico a longo prazo dessa região, tornando-a num centro de excelência para a formação e o aperfeiçoamento de recursos humanos de nível superior para sua população.

A orientação que deve guiar o objetivo principal dessa instituição é de obter soluções para melhorar a qualidade de vida da população local e o progresso dessas cidades, apresentando projetos que atendam necessidades de cada município, buscando sempre soluções que consigam alcançar o desenvolvimento integrado com vertentes ambientais, econômicas e sociais, que são comuns a todas as cidades da região.

Nossa proposta é criar o CEDIS - Centro de Estudos do Desenvolvimento Integrado Sustentável, com uma divisão de estudos e pesquisas, para elaborar projetos abrangendo as seguintes modalidades: Mobilidade Urbana, Energia e Eficiência, Infraestrutura, Tecnologia, Lazer, Bem Estar Social, Atividades Culturais, Gestão Ambiental, Planejamento do Crescimento das Cidades, Projetos de Economia Criativa e de Empreendedorismo.

José Carlos Alcântara

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Alternância do Poder


                        
Se a maioria da população decidir por não empreender uma alternância do poder, essa decisão será democrática. Não-democrático é um pequeno grupo impedir essa não-alternância. Não-democrático seria quem está no poder impedir a alternância à força ou por meios escusos. Não-democrático seria tirar a liberdade das pessoas de escolher, se preferem essa alternância ou não. Pois, a essência da democracia é seguir a decisão da maioria da população.

Diante das falcatruas, jogo de interesse, tráfico de influências, nepotismo, licitações fraudadas, superfaturamentos, propinas e caixa dois, sempre presentes nas disputas eleitorais, ficamos atônitos em busca de políticos que possam nos representar. E, muitos eleitores acabam por deixar de votar pelos interesses da cidade e passam a votar de acordo com suas próprias necessidades pessoais, o que acaba se tornando num desastre para os interesses da coletividade.


Ao votar por uma consulta médica, uma caixa de remédios, uma cirurgia, uma promessa de emprego, uma regalia para si mesmo, para um parente ou para sua empresa, tornam-se seres abjetos que vendem a sua dignidade, muitas vezes até por bem menos do que qualquer uma dessas coisas. A alternância do poder não implica em mudanças drásticas das políticas públicas. O que está dando certo deve ser mantido e pode até ser melhorado por quem está fora do poder. As novas sugestões, devem ser propostas com um espírito comunitário de cooperação e de convivência dos opostos.


A perpetuação de um domínio político, quando é baseado em projetos pessoais ou em interesses financeiros privados, é um desastre para a democracia de uma cidade. Além de alimentar a casta dos beneficiários locais, ela destrói os fundamentos da gestão sadia dos serviços públicos, provocando a falência da estrutura administrativa e corrompendo totalmente a moral dos servidores, transformando suas relações com a população num balcão imoral de negócios.


A quebra permanente da cadeia de confiança recíproca entre a população e os servidores municipais, esgarça o tecido social e político do município, lançando-o nas trevas da ignorância, diante de uma deterioração da sua capacidade de executar atos simples, como a manutenção dos equipamentos básicos de saneamento, saúde, educação e de segurança. 


Búzios tem se transformado aos poucos num ajuntamento desordenado e decadente de moradores, interessados apenas na sua própria sobrevivência a todo custo. Um cenário que não é ideal para o desenvolvimento da cidade. Daí a saudável importância da alternância do poder, para temperar o exercício da democracia com o crescimento sustentável do município. 

Como o Rio de Janeiro está sediando um evento da importância dos Jogos Olímpicos, isso poderia contribuir para melhorar a atuação da nossa gestão pública e profissionalizar toda uma cadeia de atendimento aos nossos visitantes, que são a única razão de ser da nossa economia: os turistas.


Precisamos mudar a mesmice com que conduzimos as nossas discussões políticas, que não inovam em nada nem estimulam a melhoraria dos aspectos urbanísticos e a postura correta para receber esses visitantes, que se impressionam com a decantada beleza plástica da cidade, mas que já percebem que ela está desgastada pelo descuido e o desleixo. 


Teremos a oportunidade de dar uma chance e passar o bastão para quem quer contribuir para essas melhorias, nas próximas eleições. Acertar na escolha ao votar, poderá trazer mudanças. Mas, é nossa consciência da responsabilidade com o meio ambiente e a segurança do município, que vai fazer uma grande diferença para o desenvolvimento sustentável de Búzios.

José Carlos Alcântara

terça-feira, 17 de maio de 2016

A década perdida


 

                                                                 
Será que o eleitor 'pagou pra ver', ao eleger o atual prefeito? Mas, será que este eleitor 'pagou pra ver' no escuro? Qual será então o valor da dívida que a gestão atual deixará para o próximo prefeito a ser eleito? É muito grave a situação que aguarda o responsável pela próxima gestão e, será inevitável, sua equipe ter que enfrentar sérias consequências de um período que ficará conhecido na breve história de Búzios como: "a década perdida".

Quem conhece a cidade desde a sua emancipação, testemunhou a rápida transformação ocorrida em seus primeiros dez anos, após as obras de pavimentação e iluminação das ruas, da construção de praças e escolas públicas, além da descontrolada degradação do meio ambiente, gerada por muitas moradias ocupadas por veranistas que se transformaram em pousadas e estabelecimentos comerciais, que alteraram tanto a sua tranquila paisagem. 

Após os anos de euforia e expectativa, assistimos agora apenas a um brutal crescimento da população local, sem que hajam serviços públicos oferecidos na medida da necessidade dos moradores, além de apresentarem um péssimo e cada vez pior nível de qualidade. Enquanto a quantidade dos políticos e dos agentes envolvidos em disputas eleitorais cresceu, na mesma proporção, a qualificação dos 'interessados' no bem da cidade, desabou.

Despreparados, desqualificados, descarados e dispostos a manter 'a qualquer custo'os seus feudos conquistados, os políticos começam a chamar a atenção de seus eleitores na disputa pelos postos no executivo e no legislativo, preocupados em enfrentar e tentando desacreditar os novos candidatos, com as mesmas surradas propostas de eternos 'salvadores da pátria'. 

As dezenas de pre-candidatos a prefeito e vereador, parecem mais os calouros do antigo programa do Chacrinha, desfilando por biroscas e salões, improvisando seus discursos de compadres, tentando conquistar a confiança perdida feito bufões que já não convencem. Percebemos que já não há mais como transmitir promessas de renovação e mudanças, após o espetáculo que assistimos na TV, com deputados e senadores ridículos julgando o impeachment, fazendo os políticos locais ganharem um aspecto de caricaturas patéticas.

O Brasil está muito indignado com os crimes de corrupção praticados pelos políticos a nível federal, estadual e municipal. A vergonha que temos deles e dos eleitores que os elegem há décadas, contorcem as nossas entranhas. E, entre os brasileiros que procuram ganhar o pão com o suor do seu rosto, cresce a aversão por esses aproveitadores e exploradores da boa fé da população, que com a faca entre os dentes haverão de lhes dar o troco nas eleições.

Após essa década perdida, há um verdadeiro clamor entre as novas gerações de eleitores e de uma maioria silenciosa que irá escolher o novo prefeito e os novos vereadores, indicando que a velha guarda terá que fazer as malas e voltar para casa. Como já tiveram a sua chance e não souberam aproveitar, chegou a hora de partir e nos deixar escolher uma nova geração de gestores públicos, que estarão comprometidos com o nosso sonho de criar uma Nova Búzios. 

José Carlos Alcântara

sábado, 26 de março de 2016

ARGONAUTA


                          


Diante dos escândalos que levaram ao afastamento da presidente do Brasil, com políticos e empresários sendo denunciados e presos por se envolverem em corrupção, chegou a hora dos eleitores dos municípios mudarem também seus políticos de plantão. É hora de mudar a péssima gestão das cidades e se livrar da atuação perversa de vereadores que abusam da confiança dos eleitores para tirar proveito dos munícipes em seu próprio benefício.



Para facilitar a aprovação dos projetos nas câmaras de vereadores, os prefeitos entregam cargos da prefeitura para políticos que fazem parte da coligação pela qual são eleitos, procurando gerar um caixa para cobrir custos de campanhas e promover um enriquecimento ilícito visível dos envolvidos. Basta observa-los na rua, para ver o quanto mudaram seu padrão de vida desde que abandonaram sua antiga atividade para se tornarem nossos representantes. 



É intolerável se deparar com essas pessoas ocupando importantes posições nos serviços públicos, sem uma qualificação para ocupá-las e apenas por seu 'bom desempenho eleitoral'. Nunca tiveram sucesso em suas carreiras profissionais, nem exerceram tamanhas responsabilidades na iniciativa privada, simplesmente por não disporem das mínimas condições necessárias para tal. 



Distinguir quem busca eleger determinado vereador para conseguir manter-se no emprego e ficar encostado na prefeitura, é fácil. Percebemos com clareza o medo de certas pessoas perderem sua boquinha na prefeitura, pois sabem que terão muita dificuldade de conseguir uma vaga no mercado formal de trabalho, onde não podem contar com a força de um padrinho político e ficam histéricos procurando agradar os candidatos do grupo político que está no poder.



Ocorre o mesmo entre os membros dos grupos da oposição. A vontade de obter cargos é tamanha, que tentam participar desesperadamente de campanhas eleitorais, buscando defender candidatos com unhas e dentes, numa tentativa de torná-los vencedores e conseguir um emprego. É triste perceber que essa é uma das causas dos problemas que afetam a administração municipal:  As pessoas que fracassaram profissionalmente, se tornam maus funcionários públicos e levam sua própria incompetência para a gestão pública. 


Precisamos mudar o perfil dos próximos governantes, alterando radicalmente a escolha do novo prefeito e dos vereadores, propondo-lhes reduzir o número de funcionários públicos. É preciso desacreditar nas pessoas que defendem certos candidatos em troca de um emprego. É chegada a hora do eleitor fazer um favor a si mesmo e ao futuro da sua cidade. É tempo de caminhar para a frente e mudar a história. O que poderia ter sido feito ficou no passado. Vivemos no presente e com o lema: Conserte o Futuro... Não Reeleja Ninguém!




José Carlos Alcântara



quinta-feira, 10 de março de 2016

Búzios pobre cidade rica



O PIB Produto interno Bruto, é a soma em valores monetários de todos os bens e serviços produzidos em uma região (país, estado, município), durante um período específico. O PIB per capita, é calculado a partir da divisão do PIB pelo número de habitantes de uma região e indica quanto cada habitante produziu num dado período. O valor per capita, é o primeiro indicador utilizado para analisar a qualidade de vida de um país ou uma cidade.

A soma da renda de apenas 324 dos 5.565 municípios brasileiros (dados de 2012), respondeu por 75% do PIB em 2012. Entre 5,8% desses municípios (seis deles capitais), que concentram a grande parte da geração de renda do Brasil, encontramos Armação dos Búzios ocupando o 250º lugar – com o PIB de 2 bilhões 460 milhões e 753 mil reais e um PIB per capita de R$ 84.932,64 – que é o 7º do Estado do Rio de Janeiro.
  
Esta posição, colocou Búzios à frente de algumas importantes cidades do estado e de muitas outras do Brasil, provocando de imediato uma gritante indagação: Como é possível justificar a péssima qualidade de serviços e de uma gestão municipal tão precária, através de todos esses anos, diante de tamanha renda gerada por uma cidade, com uma atividade turística tão intensa e possuindo apenas 30 mil habitantes permanentes?

A resposta parece ficar explicita, na leitura do último parágrafo da recente sentença da Justiça de Búzios, que condenou seu atual prefeito por improbidade administrativa: “Em suma, os três únicos cidadãos que exerceram a prefeitura desta cidade, o atual e os dois anteriores, já foram condenados por atos ímprobos, quando este Município, cujo território fora desmembrado do Município de Cabo Frio, possui apenas 19 anos de existência político-administrativa.” 

Diante desta dura realidade, a população, que aceitou a responsabilidade pela escolha dos seus gestores, estaria agora questionando, como é possível estabelecer mecanismos de controle, para garantir que seus representantes no poder Executivo e Legislativo, possam reverter o quadro das irresponsabilidades a que se sujeitaram, por confiarem em políticos que parecem nunca se preocupar de fato com o futuro da cidade.

Isso é um absurdo a ser corrigido e uma vergonha nacional, por fazer este jovem município investir apenas entre 4 a 6% do seu orçamento anual, como vítima de um destino terrível, sob a pena dos riscos desses malfeitos assumirem uma escala insuportável. Pois, durante a próxima gestão (2017-2020), o seu futuro prefeito será responsável pelo gerenciamento de um orçamento municipal que irá ultrapassar a R$ 1 bilhão, em apenas quatro anos.
  
O noticiário diário que vem expondo o combate à corrupção endêmica, a que o Brasil se sujeitou durante anos, aponta sempre para uma mesma direção: ‘Acabar ou minimizar, a ocorrência dessa corrupção generalizada e restabelecer um mínimo de dignidade e respeito ao serviço público, como descrito no Artigo 37 da Constituição, que estabelece as regras e os princípios contidos no direito administrativo, também conhecido como LIMPE: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.’

 Municípios com um PIB superior a R$ 2 bilhões

246    Jaú                                            SP     2.486.939
247    Lucas do Rio Verde                 MT   2.483.215
248    Guaratinguetá                          SP    2.475.497
249    Sobral                                       CE    2.462.619
250    Armação dos Búzios                RJ    2.460.753
251    Caçapava                                  SP    2.455.286

José Carlos Alcântara

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Esperando Brigitte Bardot


A espera por uma nova redenção econômica, remete-nos à uma triste imagem das gestões públicas de Búzios: Aquela mala surrada e já desgastada pelo tempo, plantada na Orla Bardot e com a BB sentada contemplando a paisagem.

Através da forma imoral e mercantilista como a política é praticada aqui, Búzios atualmente é uma cidade jovem que apesar de ter se emancipado há apenas 20 anos, se vê diante de uma situação trágica, agravada pelo aumento da exploração descontrolada do turismo e sua população carente.

A cidade parece não ter mais o direito elementar de escolher com isenção os seus próprios dirigentes e os seus eleitores estão agora diante de um dilema: negociar o seu voto com verdadeiros mascates da corrupção ou ignorar esta partilha que é feita do poder público pelos mesmos oportunistas de plantão, que continuam a esboçar estratégias para iludir mais uma vez os incautos.


Quando os novos prefeitos entram na prefeitura, não auditam nem apuram as responsabilidades pelos malfeitos de seus antecessores. Ao contrário, cooptam secretários e os mesmos funcionários públicos ladrões dos governos anteriores, para criar novas quadrilhas e continuar a assaltar os cofres públicos. É um círculo vicioso, onde: "Quem está dentro não quer sair e quem está fora quer entrar."


Discutir a cidade e romper o paradigma dessas gestões danosas para o município, é buscar uma união de todos em torno de uma única candidatura, responsável por gerir um projeto amplo de renovação que apresente propostas discutidas pelos diversos setores da população.


Essa busca, hoje não é mais por um choque de gestão, mas por um choque de responsabilidades envolvendo a todos: empresários, trabalhadores, estudantes, professores, políticos, donas de casa, funcionários públicos, jornalistas e todos demais interessados em executar as reformas urgentes que transformem a difícil realidade de abandono de Búzios.


Seria de uma irresponsabilidade fatal, é permitirmos que o próximo prefeito seja eleito com apenas 30% dos votos, que é exatamente o número de pessoas 'beneficiadas' atualmente pelo empreguismo desvairado do governo.  Fato consumado, que se repete e aumenta a cada administração de Búzios. 


Se não se arrebentar de vez com o cabresto dessa folha de pagamento inchada, esta cidade continuará a se arrastar para um nível de empobrecimento insuportável, com os sinais de maquiagem cada vez mais visíveis no seu patrimônio público e em serviços ineficientes.


É preciso reduzir os dispêndios com a folha de pagamento, para atingir um nível que não ultrapasse 40% do orçamento do município, além de uma redução dos serviços terceirizados, cujos contratos precisam ser reavaliados em pelo menos 90% das suas necessidades, incluindo os termos desses serviços de péssima qualidade, que são prestados com uma notória incompetência.


Estabelecer compromissos com a política local, não é apenas se envolver com os partidos políticos. É militar em um movimento popular por uma reforma administrativa de Búzios, propondo novas políticas públicas, executando amplo programa de governo, fixando metas e cobrando resultados. 


Não queremos discutir candidatos, mas projetos para a cidade. Este ego patético de pré-candidatos disfarçados de autoridades, não pode mais prevalecer sobre o bom senso dos habitantes de um lugar que pretendia ser importante destino turístico internacional.

José Carlos Alcântara

  

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O Sol de Búzios


                                                                     Foto: Sergio Quissak / Divulgação

Além de ser apenas um destino de sol e praia, o grande apelo turístico a ser explorado por Búzios é conseguir mostrar o seu patrimônio histórico e cultural, junto à sua beleza natural extraordinária. A sua origem e seus recursos ambientais, também são um patrimônio inalienável para desenvolver um turismo cultural e ecológico, promovendo um mercado de grande importância para nosso desenvolvimento econômico e social.

Graças à proximidade com o Rio de Janeiro, seu clima estável durante todo o ano com pouca variação de temperaturas e o baixo índice pluviométrico, Búzios é um cobiçado destino turístico que tem motivado o aumento de um fluxo crescente de veranistas, que acorrem à essa região por ocasião de feriados e durante todo período do verão, sendo também a principal razão de uma expansão que tem trazido graves problemas sociais para a cidade.

Os relatos da evolução histórica de Búzios, vão muito além dos quilombos e de tribos indígenas que aqui habitaram. Antes do homem habitar neste pequeno paraíso, ele precisou ser construído. Os marcos dessa evolução se constituem num rico roteiro, mostrando como uma sociedade praiana foi formada a partir de uma colonização singular, que se desenvolveu com a chegada de habitantes de todo o Brasil, que se juntaram aos turistas estrangeiros que se tornaram moradores, provenientes de países como: Argentina, Chile, Portugal, França, Espanha, Bélgica, Itália, Alemanha, Áustria, Suíça, Inglaterra, EUA, etc...

Para elaborar um Plano Diretor do Turismo de Búzios se levaria em conta esse importante diferencial, que contribuiu para atrair os empresários e investidores fascinados por esse sincretismo cultural. Fomentar parcerias público-privadas com pousadas, restaurantes e estabelecimentos comerciais, promoveria a concessão de responsabilidade pela conservação das praças, ruas e equipamentos de descanso e lazer nas áreas públicas.

Incentivar os empresários originários de diversas nacionalidades, a cuidar dos logradouros relacionados à diversidade cultural com que ajudaram a construir a imagem internacional de Búzios, através de campanha motivacional enaltecendo a afinidade da diversidade cultural dos seus moradores, como a característica principal que faz de Búzios uma cidade única, exatamente por integrar as diversas origens culturais que convivem aqui.  

Para conseguir desenvolver um novo modelo de gestão pública do turismo de Búzios, é preciso aproveitar a última oportunidade que temos para consolidar nossa experiência de viver aqui. Formatar uma proposta que possa criar um novo paradigma de crescimento econômico e renovar a exploração do turismo aumentando a sua lucratividade, proporcionando melhores condições de habitabilidade para todos os segmentos sociais. Se Búzios se tornar melhor para todos, os resultados de um turismo de melhor qualidade serão desfrutados por todos nós.


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

O Ralo da Corrupção

                       

Todo o dinheiro público que escorre em pagamentos de propinas, sobrepreços e a má execução de obras, causando um enriquecimento ilícito, é só uma ponta do iceberg, apenas o cheiro do ralo. As instituições que teriam condições de combater a corrupção, estão de fato comprometidas de tal forma, que esse problema está agora enraizado em praticamente todos os setores da vida pública brasileira, com seus desdobramentos em estados e municípios. 

Esse roteiro já foi mapeado há muito tempo, através de laudos das fraudes elaborados pela Polícia Federal. Costuma-se dizer no jargão policial, que todo mundo já está cansado de ver o modus operandi dos criminosos. Esse caminho pode ser dividido em quatro etapas:

1. Elaboração inicial de um projeto "viciado" para execução de obras; 
2. Lobby e propina para os políticos o incluírem nos recursos dos orçamentos públicos; 
3. Execução combinada da licitação para favorecimento de empresas; 
4. Alterações no projeto para lucrar com os "adicionais" do custo da obra.

Há muitos peritos trabalhando atualmente em todas as regiões do país, produzindo centenas de laudos por ano e fazendo levantamentos elaborados em vários municípios, dentro do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, que apontam para um número surpreendente: a cada R$ 3 investigados em obras, pelo menos R$ 1 tem o seu desvio comprovado, equivalentes a bilhões de reais apresentando irregularidades, com as suas maiores fontes de recursos sendo provenientes do governo federal. 

Há preços acima do mercado nos projetos (sobrepreço), superfaturamento (pagamento de valores acima do contrato) e obras pagas mas jamais executadas, que são os principais problemas. As edificações, as reformas de obras públicas e postos de saúde, lideram as fraudes, seguidas por obras públicas de saneamento básico e construção de estradas.

corrupção não é exclusividade do Brasil, mas aos poucos estamos conseguindo chegar ao seu foco. As licitações públicas por exemplo, são quase sempre uma questão de negociatas. As pessoas admitem que para ganhar podem ter que pagar algo por fora. A dificuldade de se descobrir isso, é que há muitos bloqueios para se chegar a esses níveis de corrupção, porque há muita esperteza que impossibilita se descobrir como precificar e classificar esses delitos.

Se assim não fosse, como é que se poderia ganhar tanto dinheiro com os malfeitos? A ONG Transparência Brasil, enfatiza que há um excesso de lacunas legislativas que favorecem a corrupção. Mas, o monstro também é alimentado pela quase completa falta de controle sobre a administração e a fiscalização do dinheiro público. Se a ocasião faz o ladrãoo Brasil é um país cheio de boas ocasiões. Pois, mesmo que leis sejam criadas, parecem não resolver nada sozinhas, se não forem acompanhadas de rigorosa fiscalização

Uma grande usina da corrupção, é a facilidade para se ocupar e distribuir cargos públicos. O peso das assembleias legislativas e câmaras de vereadores nas negociações políticas, é a distribuição de cargos públicos. Mesmo que alguns corruptos sejam apanhados, poucos estão na cadeia, e muitos continuam a fomentar o crescimento da corrupção em toda as esferas da administraçãpública. 

No caso dos estados e municípios, se as assembleias legislativas e as câmaras de vereadores fiscalizassem com rigor as contas do poder executivo, muita corrupção poderia ser evitada. Como eles evitam fazer corretamente esse trabalho, na maioria das vezes por conveniência, o ralo da corrupção só aumenta. 

A Controladoria Geral da União CGU, realiza sempre sorteios públicos de municípios que receberão visitas de auditores para fiscalizar a administração pública local, sobre os gastos dos recursos federais que são repassados por diversos ministérios, como Educação, Saúde, Integração Nacional, Cidades e Desenvolvimento Social. 

A íntegra de cada relatório traz itens checados, problemas administrativos e as respectivas respostas dos prefeitos. Esses relatórios de fiscalização mostram que cerca de 96% dos municípios têm algum tipo de irregularidade na gestão dos recursos federais. O dinheiro do Ministério da Educação e o da Saúde, é campeão em graves problemas administrativos nos municípios e apenas 5% deles não têm algum tipo de deficiência na gestão dos programas de transferência de renda.

Se houver um planejamento de combate à corrupção fazendo um ataque forte e concentrado no poder de quem recebe o dinheiro público para gastar, veríamos que o funcionário público é apenas uma parte do esquema. Mas, ao mudar o foco para as instituições que recebem esse dinheiro, percebe-se logo que é ali que está a origem da maioria das fraudes. 

Mesmo com milhares de agentes públicos sendo punidos e expulsos, por serem flagrados em atos de improbidade administrativa, corrupção e outras safadezas semelhantes, isso parece não diminuir sua vontade de roubar e eles continuam soltos e a praticar esses malfeitos. 

A Controladoria Geral da União reclama, que não adianta muito pegá-los, para depois tentar julgá-los com toda essa lentidão da Justiça. Pois, as leis processuais do Brasil permitem uma infinidade de recursos e medidas protelatórias de tal ordem, que bons advogados conseguem prolongar um processo por 10 a 20 anos e, os corruptos, são justamente os que podem pagar os melhores escritórios de advocacia do país.