quinta-feira, 10 de março de 2016

Búzios pobre cidade rica



O PIB Produto interno Bruto, é a soma em valores monetários de todos os bens e serviços produzidos em uma região (país, estado, município), durante um período específico. O PIB per capita, é calculado a partir da divisão do PIB pelo número de habitantes de uma região e indica quanto cada habitante produziu num dado período. O valor per capita, é o primeiro indicador utilizado para analisar a qualidade de vida de um país ou uma cidade.

A soma da renda de apenas 324 dos 5.565 municípios brasileiros (dados de 2012), respondeu por 75% do PIB em 2012. Entre 5,8% desses municípios (seis deles capitais), que concentram a grande parte da geração de renda do Brasil, encontramos Armação dos Búzios ocupando o 250º lugar – com o PIB de 2 bilhões 460 milhões e 753 mil reais e um PIB per capita de R$ 84.932,64 – que é o 7º do Estado do Rio de Janeiro.
  
Esta posição, colocou Búzios à frente de algumas importantes cidades do estado e de muitas outras do Brasil, provocando de imediato uma gritante indagação: Como é possível justificar a péssima qualidade de serviços e de uma gestão municipal tão precária, através de todos esses anos, diante de tamanha renda gerada por uma cidade, com uma atividade turística tão intensa e possuindo apenas 30 mil habitantes permanentes?

A resposta parece ficar explicita, na leitura do último parágrafo da recente sentença da Justiça de Búzios, que condenou seu atual prefeito por improbidade administrativa: “Em suma, os três únicos cidadãos que exerceram a prefeitura desta cidade, o atual e os dois anteriores, já foram condenados por atos ímprobos, quando este Município, cujo território fora desmembrado do Município de Cabo Frio, possui apenas 19 anos de existência político-administrativa.” 

Diante desta dura realidade, a população, que aceitou a responsabilidade pela escolha dos seus gestores, estaria agora questionando, como é possível estabelecer mecanismos de controle, para garantir que seus representantes no poder Executivo e Legislativo, possam reverter o quadro das irresponsabilidades a que se sujeitaram, por confiarem em políticos que parecem nunca se preocupar de fato com o futuro da cidade.

Isso é um absurdo a ser corrigido e uma vergonha nacional, por fazer este jovem município investir apenas entre 4 a 6% do seu orçamento anual, como vítima de um destino terrível, sob a pena dos riscos desses malfeitos assumirem uma escala insuportável. Pois, durante a próxima gestão (2017-2020), o seu futuro prefeito será responsável pelo gerenciamento de um orçamento municipal que irá ultrapassar a R$ 1 bilhão, em apenas quatro anos.
  
O noticiário diário que vem expondo o combate à corrupção endêmica, a que o Brasil se sujeitou durante anos, aponta sempre para uma mesma direção: ‘Acabar ou minimizar, a ocorrência dessa corrupção generalizada e restabelecer um mínimo de dignidade e respeito ao serviço público, como descrito no Artigo 37 da Constituição, que estabelece as regras e os princípios contidos no direito administrativo, também conhecido como LIMPE: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.’

 Municípios com um PIB superior a R$ 2 bilhões

246    Jaú                                            SP     2.486.939
247    Lucas do Rio Verde                 MT   2.483.215
248    Guaratinguetá                          SP    2.475.497
249    Sobral                                       CE    2.462.619
250    Armação dos Búzios                RJ    2.460.753
251    Caçapava                                  SP    2.455.286

José Carlos Alcântara

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